quarta-feira, outubro 12, 2005

 

Escrevo logo existo

Desde que me conheço como ser humano, há uns 2 milhões de anos (sim, eu considerei as vidas passadas) eu escrevo. Escrevo quando estou triste, quando estou alegre, quando estou de boa, estressada, cansada, feliz, puta. Escrevo porque estou triste, alegre, de boa, estressada, cansada, feliz, puta. Psicanaliticamente escrevo pra me entender e dado o tanto que eu escrevo ou sou “inintendível” ou completamente maluca mesmo.
Escrevo mal, apesar do uso da metalinguagem - um dia, quem sabe, eu nasça Chico e seja capaz de cantar à minha voz chinfrim, até lá continuo toscamente tentando. Não escrevo para que ninguém leia, porém fico feliz em ver a minha parca e fiel audiência crescendo. Aos 11 anos escrevi minha primeira carta de amor. Como não tinha papel rosa pintei o papel de guache e passei perfume (francês claro). O perfume e a tinta reagiram, o papel grudou e o garoto não só não conseguiu abrir a carta, como ainda me azucrinou por uma semana, rindo de mim. Chorei por um mês. Garotos conseguem ser extremamente cruéis no auge de sua falta de confiança na própria masculinidade.
Após o meu total e inicial fracasso decidi escrever as coisas e não mostrar pra ninguém. Eis que surgiu: minha agenda (cthanãn!!!). Daquelas cheias de clipes, fotos, papéis de bala... Nessa época além de escrever eu decorava, verdadeiros afrescos barrocos surgiram da minha mão (pouco guiados por uma mente pensante é bem verdade). Após um acidente que levou minha agenda a mãos erradas de garotos ainda inseguros de sua masculinidade (ou do tamanho do seu pau se você preferir) parei de agendar e comecei a diariar.
Os pequenos livrinhos rosas, com bichos fofos no lugar dos meus afrescos e cadiadinhos que não serviam de nada, foram confidentes fiéis, mesmo quando ficavam abertos sobre a cama (mais graças a uma mãe surpreendente do que aos dotes voluntários do diário em fugir das mãos inimigas). Recolheram as lágrimas da morte do meu pai, do final do meu primeiro namoro, das amizades desfeitas. Foi uma fase terrível. Adolescência cruel que não nos permite raciocinar. Hoje eu blogo, após mais milhares de cartas nunca entregues, letras de músicas nunca musicadas e livros inacabados. E se me criticarem por blogar não direi nada em minha defesa: escrevam e falem e mal, mas escrevam e falem de mim.

 

Dia das Crianças


Como eu não sou exatamente devota não vou falar de Nossa Senhora da Aparecida (que aliás, tá dando um puta trampo pra Carol, já que a Canadense está tentando entender por que raios é feriado no Brasil... Vai lá Carol, tenho fé em você. Você vai conseguir explicar quem é Nossa Senhora pra nossa amiga).
Como boa crinaça que sou quero dizer que aceito presentes (chocolates, CDs, livros, roupas e até barbies) sem constrangimento algum.
E FELIZ DIA DAS CRIANÇAS pra você também.

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