quarta-feira, novembro 16, 2005

 

Paranóia da Paranóica

Logo cedo, indo para o trabalho, uma anta morfética quase bateu no meu carro. A super simpática mega estressada estava dirigindo colada na bunda da Penny e a cada freada minha ela cantava pneu pra não causar um acidente. Não é que eu não queria sair de sacanagem, não abri porque não iria resolver nada, já que tinham uns 8 carros muito lentos e bem grudados na minha frente.

Quando encheu o saco eu abri e larguei a infeliz brigando com o outro cara. Acho que ele deve ter ficado irritado com ela, por que os dois passaram a mais de 80 Km/h no radar (que é a 80 Km/h). Levou um multa pra chegar ao mesmo destino que eu a mesma hora que eu. Ohhh!!!!

Eu fico me perguntando, será que essa pessoa chega aos 35? Ou será que vai ter um infarto antes? Quem sabe sofrer um acidente de carro bem antes disso.

Quando estava no trabalho recebi um e-mail com projeção de alguns famosos pra daqui um tempo. A Lucy Liu estava fantástica, muito real. O Nicolas Cage hilário. Angie (Jolie) tava até que ajeitadinha, mas os abusos de sexo, álcool, drogas, rock ‘n’ roll e baladas fizeram um bom estrago.

E me pergunto: e eu, como fico nessa? Morro atropelada pela estressadinha? Chego aos 35? Como eu vou estar? O que estarei fazendo? Boas perguntas. Muito boas na verdade. E eu não tenho a mínima idéia da resposta.

Uma amiga minha uma vez perguntou para o meu ex-qualquer-coisa-menos-namorado-já-que-ele-tinha-a-namorada-dele (ufa!): Onde você se vê aos 35? Ele disse que se via com uma família feliz, trabalhando, numa casa legal, sem muito dinheiro, mas bem de vida. Eu sei que é mentira, sei porque ele deu a mesma resposta pra mim (tudo que ele disse pra mim em 1 ano foi mentira, não seria diferente com isso) e sei porque todos os amigos em comum falam de como ele é meio mercenariozinho que super valoriza o dinheiro. Ele mentiu, mas tem um plano. Pelo menos ele tem um plano.

Eu não consigo me ver no futuro nem casada, nem solteira, nem viúva, nem divorciada. Não me vejo trabalhando em nada, nem desempregada. Não me vejo nem rica, nem pobre, nem da classe média. Não me vejo no Brasil, nem fora dele. No futuro, eu não existo, mas não me vejo morta.

A única coisa que eu me vejo é sendo mãe (com ou sem pai, isso são meros detalhes). Provavelmente a única que não vai acontecer, já que quando eu nasci veio um anjo safado, um chato d’um querubim chamado Murphy, que me ensinou que eu tava predestinada a ser toda ruim.

Consigo facilmente me ver ganhando a Loteria ou sendo modelo-atriz-namorada de galã de Hollywood, mas isso são devaneios, sonhos, alucinações, sintomas de esquizofrenia. Eu não consigo me ver de forma sincera e pé-no-chão em nada.

Gostaria muito de estar bem de saúde e bem com a família. Estar casada não é uma coisa móóóóóóóito importante, até gostaria da festa, mas quero ter alguém especial do meu lado. Quero trabalhar gerenciando pessoas, basicamente em qualquer negócio e onde for, mas acharia legal se fosse na mesma empresa que estou hoje. Quero que minha irmã tenha sobrinhos lindos pra eu ser a melhor tia do mundo. Quero estar cercada de amigo e cheia de festas.... quero... quero...

Sou uma pessoa sem planos. Provavelmente uma pessoa sem sonhos. Isso não é triste??? O que me consola é que há 11 anos atrás (para os 35 faltam 11, por isso o uso do númeor quebrado) eu não me via onde estou hoje. A vida meio que faz da gente o que quer, a gente até interfere, mas tem coisas que não se pode mudar ou interferir. Cada coisinha faz uma diferença enorme no final e lá na frente você será responsável pela sua história, mas não dá pra inocentar o destino nisso.

O que eu quero dizer com tudo isso? Guardei o e-mail da cara dos artistas, daqui a 30 anos vou abrir e ver se eles ficaram daquele jeito. Aí, quem sabe, eu entre no meu blog e conte o que concluí.

 

Lil' Bunny Never Lies!


Sinto muito... mas é verdade...


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