quinta-feira, setembro 21, 2006

 

Criticando a Crítica

Xeque Mate
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Ô e eu fomos ao cinema, sem nada programado, acabamos escolhendo um filme** que nunca tínhamos ouvido falar, mais pelo elenco que qualquer outra coisa. Acabamos tendo uma deliciosa surpresa e vimos um filme MUITO BOM.
Hoje cheguei ao trabalho e, buscando um link para mostrar para a Rê e divulgar o filme, achei um link que comparava o filme a Pulp Fiction. Entrei na hora jurando que ia ser uma crítica super legal, vã ilusão a minha. O cara acabava com o filme acusando-o de ser uma busca fraca pelo clima fantástico do clássico de Tarantino.
Acho mesmo que um filme que pretende ser Pulp Fiction e não consegue ainda está anos luz a frente que um filme que pretenda ser a maior comédia do ano ou o novo filme "chore vendo a bandeira americana". Aposto que esse mesmo idiota vai idolatrar a palhaçada nacionalista americana de World Trade Center.
Achei o filme muito bom. Um clima descontraído no começo, uma fotografia louca que trabalhava com padrões para através deles te passar sentimentos de aflição, agonia ou fúria (preste atenção aos papéis de parede), piadas bem feitas, ritmo intenso, Bruce Willis, Morgan Freeman e um bom enredo (um pouco previsível no final).
O filme começa em clima de comédia e vai ficando sério, mais ou menos como acontece em "Uma Vida Iluminada" - filme que devo admitir ter uma profunda e séria admiração mais conhecida como pagação de pau- só que nesse, sério é tocante e em Xeque-Mate sério é tiro, bala, explosões e blá!
A crítica não recomendou e eu sim. Você decide.
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Mais Crítica
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Realmente não entendo os críticos... falam mal de um filme desses e defendem cada coisa!!!
Como todo respeito aos que gostam, mas de onde um crítico culinário tem a pachorra de defender o lanche de mortadela do mercadão de São Paulo? Duas fatias de pão com 3 toneladas do pior dos embutidos, que no caso do Brasil apesar de ter melhorado muito ainda é pior que no resto do mundo, cortado em fatias tão finas quanto peças de picanha. Aquilo é o demônio de ruim. Cheira mal.
Não dá nem pra pensar em comparar com um Psicodélico, com seu pãozinho e recheio de frios embutidos na medida certa.
Nem adianta vir com esse papinho de que sou elitista e que não vou lá porque é uma biboca. Meu pastel preferido é o Voga - hei! Calma lá! As baratas do Voga tomam banho todo dia - e o melhor bolinho de bacalhau que já comi é do City Bar. O problema do lanche do Mercadão é que ele tem tanto recheio que não é um lanche é uma peça de mortandela inteira.
Pecado aliás que é o mesmo do lanche de Padaria Alemã (em Barão Geraldo), não que eu não coma, sou pobre e com esse lanche o Ô e eu comemos móito por 10 reais, mas é fato que aquilo não é um lanche é uma mistureba disforme de gostos sem sabor.
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Tocante
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Esses dias enquanto esperava para ser atendida na ginecologista - um homem não tem a mais vaga idéia da tortura que é um ginecologista, normalmente precedido de 1 hora de espera para depois um ferro gelado entrar em você e sutilmente te arreganhar. Um horror!. Mas enfim, estava lá esperando e lendo uma Época antiga quando vi uma matéria sobre o Severino, que veio do Nordeste e aprendeu a ler sozinho depois de se perder entre a Ipiranga e a São João por não saber ler as placas. Severino, catador de papel, salvou Machado de Assis da guilhotina para reciclagem e montou uma biblioteca comunitária, hoje com 7 mil exemplares, muitos doados e muitos catados na rua e no lixo, o que priva a família de catadores de uma renda extra para os R$ 130,00 mensais.
O maior frequentador da biblioteca do Severino era o Marcelo (eu acho que o nome era esse) que foi um dos preteridos a ganhar um tênis entre os 12 irmãos e por isso um dos que não pode ir a escola. Pulou o muro, viu aula escondido, entrou na biblioteca na marra, fez o diabo e aprendeu a ler e escrever. Hoje seu preferidos são Machado, José Lins do Rego e García Márquez.
Guiou sua bicicleta ao outro lado de São Paulo para ir à Bienal e não teve os R$ 10,00 do ingresso, ficou na bienal alternativa, ao lado do pavilhão, cedendo seu "100 Anos de Solidão" e seu "Memórias Póstumas", o último encontrado o primeiro perdido em meio ao tumulto da devolução.
Todos os imortais foram visitar os dois e lhes levar livros, menos o Paulo Coelho, que como diz o Ô é imortal por que bate um papo direto com o além... Só se for mesmo!!!
Essas coisas me dão ainda mais orgulho de ser brasileira.
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PS
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Vimos o trailler de The Black Dalia, do maravilhoso Brian De Palma. Criou expectativa, viu?!?

** Essa crítica é muito boa!!! Não é do idiota não...

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