quarta-feira, abril 26, 2006

 

Ode à Vida

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Ontem estávamos Chico e eu parecendo que tínhamos fumado unzinho, mas sem fumar nada, e dizendo como gostamos de pessoas que falam sobre o passado, o futuro e o presente, que falam sobre o amor, as coisas belas e feias, sobre a vida. Sobre os planos que nem se planejam planejar e nisso concertam o mundo ficcional que é o planeta Terra.

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Sei que já falei disso várias vezes, mas queria muito que o ser humano mudasse algumas coisinhas bem simples da sua existenciazinha tão banal por aqui. Por isso, estou criando as 3 Leis da Vida da Maíra:
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1- Façamos o resgate da inteligência.
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Sem querer me gabar, mas já me gabando: ODEIO gente burra e sem graça. Quando nasci, logo depois do médico passar o óleo de peroba na minha cara, minha mãe jogou uma pitadinha de sal, um pouco de pimenta, um fiozinho de azeite e manjericão. Aquilo que faz a gente ter tempero, sabe?
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Pois é, mas tem gente que não é assim. Sabe aquelas pessoas que contam uma piada sem graça e riem de se matar quando todo o resto está em silêncio? Pois é: me irritam. E aquelas que corrigem o seu inglês pra logo em seguida dizer "pra mim fazer isso eu vou ter que estar ligando pra minha mãe"? Então: me irritam. E os infelizes que acham que só porque que leram Flaubert, sabem parafrasear Nietzsche e recitar Maiakovski em russo, se acham a bala que matou o Kennedy. Esses, me acabam!
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Sei lá! Eu não escrevo como Machado, não faço música como Chico, não atuo como a Fernanda, não sei física como o Einstein, mas ainda assim eu bato um bolão. E por inteligência NÃO estou considerando nível cultural e de educação formal, mas a sua capacidade de aprender com as coisas cotidianas.
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Quando fui pra Maceió, em um congresso da facul, sai sozinha um dia pra andar no centro e ver a vida alagoana de verdade, das pessoas de verdade, sem turistas por perto além de mim. Quando estava lá andando - e tirando foto de tudo - encontrei uma mulher amamentando um neném e pedi pra tirar uma foto deles. O marido dela e outros amigos apareceram e fiquei lá conversando com eles e tirando fotos (momento Sebastião Salgado) e aquelas pessoas pobres, analfabetas, sem cultura acadêmica nenhuma eram grandes gênios porque sabiam da vida, das pessoas, das coisas da natureza.
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2- Vamos simplificar.
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Estamos tão preocupados com o banco, a gasolina, o preço do petróleo, a alta/queda da bolsa, a coleção de verão da Vitor Hugo, o clipe da Madona, o tráfico de drogas; que nos esquecemos de nos preocupar com nós mesmos, com nossos amigos, parentes, cachorros, gatos, galinhas.
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Tá na hora de comer devagar - preferencialmente em casa, passar tempo com os filhos, tirar uns minutos pra sentir o vento na cara de braços abertos e peito estufado, parar o carro no acostamento pra ver a lua - "que está linda hoje!" - e as estrelas, tomar um vinho com um queijinho em plena quarta feira sentados na varanda, ler uma coisa que te agrade, não ver o jornal, ir ao cinema, ou teatro. Em suma: estressar menos*, amar mais!
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AME! Ame seu (sua) namorado (a), noivo (a), marido/mulher. Seu pai, sua mãe, seus irmãos e irmãs. Seu vizinho, seus bichos, a natureza. Ame seus inimigos - pense passionalmente, quer coisa mais divertida que um inimigo a altura?
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3- Pare de competir e comece a viver.
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Aos 50 anos quando você finalmente morrer de infarto depois da 4ª ponte de safena, vai se dar conta que teria sido melhor ir tomar aquele banho de chuva com o seu neto ao invés de ficar fazendo "aquele relatório importantíssimo" que não te rendeu o um aumento ou a sãper promoção. Competição tem limite. Quando andando de mãos nadas e namorandinho com a amiga ambição te movem pra frente, mas quando ambas começam a fazer guerrinhas e disputinha com a amiga paranóia o lance pega.
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Você não vai saber direito como aconteceu - é mais ou menos como começar a ouvir pagode, um dia você só ouve em churrascos no outro tem um CD dos Inimigos da HP no carro - mas um belo momento chegará em você terá mais inimigos que amigos, mais contatos que conhecidos. Não que inimigos não sejam bons (já até falei disso ali em cima...), porque eles são muito desafiantes e empolgantes. Contatos são sempre válidos. Mas nenhum dos dois te levará pro hospital de madrugada quando você tropeçar no fio do Lap Top e cair da escada, nem vão trazer sorvete durante a sua convalescença pós-queda.
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Onde quero chegar? Pare de brigar com unhas e dentes pela promoção, pelo aumento, pelo gatinho na balada, pela mina do seu amigo, pelo preço da conta do bar... e comece a viver de bem com a vida que tudo há de dar certo, se não der pelo menos você terá muito ombro amigo pra chorar as pitangas.
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* preciso levar isso a sério no quesito pessoas que me irritam como vocês puderam ver na primeira parte desse post...


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