quarta-feira, novembro 30, 2005
Momento Revolta
Ontem um dos fretados dessa empresa que se esconde no mapa foi assaltado. Um carro com 4 homens armados fechou o busão ao lado do Campinas Hall, 1 deles permaneceu no carro e os outros 3 subiram e levaram os lap tops, bolsas, dinheiro, carteiras, celulares, relógios, brincos... TUDO.
Aparentemente, hoje, meio tristes depois de terem vendido tudo no mercadão ontem, os ladrões estavam voltaram ao ponto e assaltaram os passageiros (antes de subirem ao ônibus). Na minha linha, desde que entrei, umas 5 pessoas já foram assaltadas em seus pontos, esperando pacientemente para irem ganhar seus pãezinhos suados.
Claro que a empresa terá que fortalecer a segurança dentro do ônibus e ressarcir os passageiros, mas a verdade é que isso é muito pouco perto do todo, pois o que está acontecendo é um reflexo da condição social em que nosso país se enfiou.
Em um país em que o povo paga uma carga tributária gigantesca ninguém tem acesso gratuito à saúde, educação, casa própria, o índice de desemprego nas alturas, a polícia que não faz nada, um governo que dá o bom exemplo (roubando e saindo ileso), as diferenças sociais brutais.
E se a Regina Duarte tinha MEDO eu também tenho. Tenho medo de acabar me trancando em casa pelo pânico de sair, tenho medo de que meus filhos não tenham direito a um futuro, tenho medo de que isso acabe se tornando uma guerra civil, tenho medo de nunca mais ultrapassar os limites do condomínio, de desconfiar de todos, de me isolar. Eu não quero viver em um mundo assim tão terrível, nem a ficção mais admirável (essa indireta foi pra Mari... Ehehehehe) de todoas seria capaz de prever tantas coisas terríveis
Lógico que se cada um fizer sua parte isso ajuda muito, mas infelizmente chegamos a um ponto em que se o governo não interferir não tem parte que anule as armas nas mãos dos traficantes, o tráfego, a miséria, a fome.
Estou desiludida... e vou trabalhar, porque se tenho a sorte de ter um emprego em um país como esse é melhor não perdê-lo.
Estou desiludida... e vou trabalhar, porque se tenho a sorte de ter um emprego em um país como esse é melhor não perdê-lo.
