sexta-feira, setembro 08, 2006

 

Corrente do Bem

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Amigo Denis me passou uma corrente, diz a Mari que se eu não levar a sério eu terei um cinto de castidade invisível eterno. Eu nunca ousaria brincar com esse tipo de coisa, num vale o risco. Então aqui vou eu...
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A Corrente: falar 8 coisas sobre você mesmo - acredito eu que meio íntimas e não "eu gosto mais de Coca do que de Guaraná". Mas atente para o bom senso, ou não, de poupar a blogesfera dos detalhes demasiado íntimos e totalmente desnecessários.
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As Novas Vítimas: será interessante saber o que se passa com o sobrinho querido, com a suave faxineira Dani e com o pornográfico Serjones. Claro que se o meu Ogro preferido resolver escrever e responder eu ficaria profanamente (é isso mesmo!!! Num tem nada de profundo é profano) lisonjeada.
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A Maíra:
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1 - Eu sou meu pai de buceta - porra!!! E aquele lance de poupar os leitores dos detalhes sórdidos??? - todo esse jeitinho lindo e fofo da Má foi muito bem herdados dos gametas paternos. A arrogância, a capacidade de falar palavrão pra tudo, o nariz adunco, a boca pequena, o jeito esnobe, o ar blasé, a cara de "sai daqui que eu num tô boa" quando está de mal humor e, quem diria, até os peitões. É... porque mamãe é peituda, mas esse formato, meio vesguinho, caidinho e bem simpático, é da vovó. Segundo a minha mãe até o jeito que eu mudo a marcha do carro é igual ao dele.
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2 - Eu sou fútil. E não é um pouquinho, é móóóito. Adoro sair pra dançar um tunts e black music, tenho todos os CDs do Black Eyed Peas (em MP3) no carro, ouço Jovem Pam, amo Shakira, leio revistas de moda, assisto E! Entretaiment Television, adoro ver os desfiles e as novas coleções, não me importo em folhear Caras no cabeleiro (comprar e ler já é demais, né amigo?), recebo o news letter do site de fofoca e poderia ficar bem pior... melhor parar antes que queime muito o meu filme.
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3 - Eu falo. E quando você cansou de ouvir eu continuo falando. E quando acaba a audiência eu escrevo. Escrevo blog, diário, cartas que envio, carta que guardo, escrevo partes dos meus livros. E quando eu canso de escrever começo a falar de novo. Falo com o rádio, com a TV, com o espelho, sozinha. Invento até amigo imaginário e continuo falando. Sou daquelas que dá canseira na testemunha de Jeová.
Poxa, eu preciso me comunicar, são muito pensamentos e sentimentos presos dentro de mim que MUST BE repartidos - tem umas coisas do inglês muito legais, tipo must, amazing ou wonderwall, simplesmente não tem como passar a mesma ideia em uma só palavra em português. Mas só em português a gente sente saudade.
E de tanto falar eu mudo de assunto, fico prolixa, verborrágica e mais umas 500 palavras congêneres que deixam a maioria das pessoas perdidas no meio de tanto parênteses que eu abro. Isso porque eu acho parênteses uma coisa muito brega e sem estilo, mas eu deixaria todo mundo perdido sem eles.
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4 - Eu sou o alter ego da Mônica Geller. Na carteira as notas estão com a mesma face pro mesmo lado, em ordem numérica e, até algum tempo atrás, dentro de cada valor estavam por ordem serializada. No guarda roupa as roupas são por ordem de estação e cor. Não posso ver uma gaveta bagunçada que eu arrumo. CDs em ordem alfabética do artista e cronológica dentro de cada artista. Se for no seu banheiro e a pia estiver nojenta eu lavo. Eu tiro sujeira do vãozinhos do fogão com palito de dente. Não suporto resto durinho de shampoo e creme nas tampas, tiro tudo. Detesto saboneteira com sabonete grudado, arranco todos. Cheguei a furar meu umbigo de tanto limpar com o cotonete.
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5 - Coisas simples me encantam e me fazem feliz. Adoro ver a chuva vindo pela janela, tomar chuva, brincar com cachorro, sentir cheirinho de bebê feijão de vó, colo de mãe, abraço de irmã, cafuné de amigo, receber um carta, beijo na boca, dirigir por horas, dia frio de céu aberto, noite estrelada, cheiro de café logo cedo, acordar ao som de Beatles, ouvir eu te amo do nada no meio da quarta feira sem graça, ouvir música, ler, poesia, museu, ver um filme, passear no mercado das flores. Ou seja, eu sou realmente muito fácil de agradar, infelizmente não sou a hard woman to please do Mick.
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6 - Eu não era popular na adolescência. Na verdade, eu chegava a ser excluída. Várias razões...
Eu era filha de comunistas - um tempo depois achei os filhos dos outros comunistas e coisa ficou mais fácil. Hoje todos os pais do meus grandes amigos de adolescência foram perseguidos pela ditadura.
Eu falava palavras como filantropo e aturdido. Modéstia totalmente à parte eu era muito inteligente pra minha idade, tinha uma cultura geral bem acima da média e navegava por qualquer assunto, até mesmo política e economia, sem muito sofrimento. Eu lia. Eu não tinha vergonha dos meus pais, nem da história deles e, na verdade, eu até me orgulhava.
Bom, como se vê não é a toa que eu não fazia sucesso, eu era um E.T.
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7 - Tenho SÉRIOS PROBLEMAS com s, ss, ç, sc, x, ch, z, j, g e por aí vai. Simplesmente não entra, não dá. Eu sei até hoje a diferença entre por que, porque, por quê e porquê, mas sou capaz de conjugar com verbo na sei lá qual pessoa do subjuntivo com 1 s só - tipo se eu soubese escrever direito você não teria que ler um absurdo desses.
A Mari é prova viva disso, vira e mexe e mando pra ela um mensagem assim "Mari, por favor a ( )s ( )ss ( )ç ( )z ( )sch ( )sc ( ) sxh obiar". Já fiz de tudo pra tentar acabar com isso, mas é bloqueio mesmo. Por isso sempre apelo pro corretor de texto ou pra os fantásticos sinônimos.
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8 - Por mim eu passaria o resto da vida estudando. Artes, música, história, psicologia, política, sociologia, geo-política, medicina, direito, economia... Falaria uns 20 idiomas fluentes e mandaria um "má ô meno" em mais uns 30. Faria no mínimo 5 faculdades. Viajaria e viajaria, veria muitos museus.
Pararia de dormir pra ler. Leria até dicionário. Até mesmo porque tem coisa mais gostosa que ficar procurando palavra estranha no dicionário? Ou estar lendo um livro muito legal e se deparar com o novo vocábulo, para tudo e perguntar pro avô do Chico o que é e assim descobrir que defenestrar é arremessar pela janela, fretenir é se fazer ouvir e deixar apoplético é deixar bravo?
Tem muito conhecimento desgarrado por aí e eu quero eles todos pra mim - como eu sou legal até aceito dividir com você.
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9 - NOVE? Nove? Mas não eram só 8? Lembra que eu sou arrogante? Então, preciso me sobressair...
Se o gênio da lâmpada aparecesse hoje me concedendo quaisquer desejos por mais absurdos que fossem eu NUNCA, mas é NUNCA mesmo, ressuscitaria meu pai.
Foi terrível, uma dor enorme. Eu era super nova e sofri horrores. Mas tudo o que sou hoje tem uma pitadona enorme de toda aquela dor. Só quem viveu a depressão (a de verdade, não esse bode do dia a dia) sabe o quanto é difícil sair do buraco, se reinventar. Só quem viveu sabe que você arruma forças que nem você acreditava ter, pra sair dali e não desistir de respirar. E você cresce, se conhece, aprende a ser só e ver beleza nisso, se supera, muda o jeito de ver o mundo, de encarar as coisas e as pessoas.
Eu sinto uma saudade do caralho dele, dessas que aperta o peito e que mareia os olhos cada vez que paro pra pensar e sentir de verdade, mas sei onde quer que ele esteja tem muito orgulho da pessoa que me tornei e que sabe que na vida e na morte ele participou disso.
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Fazendo um adendo: Eu sei o que ele vai dizer, assim como ele não precisa ler esse post pra saber o que eu diria. Almas gêmeas são assim... mas como o sobrinho me deu o cano estou re-repassando a corrente por Fábio.

 

Um Pouquinho de Pauls

"Dear Prudence, won’t you come out to play.
Dear Prudence, greet the brand new day.
The sun is up, the sky is blue.
It’s beautiful and so are you."
The Beatles

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Só pra constar, quando você não souber o que me dar de presente de qualquer coisa é só entrar aqui.

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