terça-feira, novembro 15, 2005

 

Pergunta Cruel?????

Hoje cedo vindo para o trabalho, no busão, estava lendo "Morte em Veneza" do Thomas Mann. Logo na primeira página do livro ele soltou a preciosa frase "... o escritor não conseguira, nem mesmo após o almoço, sofrear a vibração do mecanismo criador em seu íntimo - aquele motus animi continuus que, segundo Cícero, constitui a essência da eloqüência. (...)".

ADOREI sofrear!!! AMEI motus animi continuus. Agora diga-me, onde raios eu vou usar essa bosta??? ONDE??? É sempre assim, e isso muito me frustra, eu leio, leio, leio, descubro umas palavras muito boas e nunca uso... por isso vou usar todas de uma vez:

Chega dessa fretenição apoplética seu apedeuta incapaz de sofrear o motus animi continuus do sôfrego e ensimesmado ancião que voluptuosamente desdenha sorver em vão o âmago da quintessência de cada viv'álma eclipsada para as criptas mortuárias inóspitas e rotundas desde cosmo paralelo demasiado vasto.

Pronto!!! Coloquei pra fora.

 

Trabalhar no Feriado!


Estou profundamente emocionada de ter acordado cedo pra tomar café da manhã sozinha, sair na rua deserta, receber o "Bom Dia" acompanhado do riso cruel e sarcástico do segurança, sentar no ponto de ônibus na compania do cachorro sarnento e carente. Não tem ninguém na rua, nem pra ir à padaria. Não é dia de feira. Todos dormem. E eu venho trabalhar.

Nesse exato momento me lembro da descoberta fantástica que fiz recentemente (não ria de mim por ter sido tão lerda), as flores de plástico que não morrem são as flores do caixão de alguém. Me sinto cercada delas, indo para o abatedouro... Deus, Alá, Buda, Zeus e todos os Santos da África e da Bahia abençoem esse dia de "labuta dos filhos da p... pátria".

Vou sonhar com praia, sombra e àgua fresca. Com churrasco e caipirinha. Com os livros que tenho pra ler, os CDS que tenho pra ouvir, os filmes que tenho pra ver. Vou sentar e chorar... trabalhar.

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